Manifesto

O manifesto BAMBAMBAM!

I

O movimento BamBamBam! quer ver você sorrindo, sonhando e sentindo, junto com seu semelhante, cada um imerso em sua própria mente, seu próprio corpo, seu próprio fluxo. Afinal, mundo é mundo: cada um tem o seu. Cada um de nós é um planeta. Mas há os planetas que se reconhecem pelos anéis. Assim somos nós, amigos de Saturno (que gira seus bambolês etéreos), inimigos do isolamento e da passividade. Não estamos pedindo licença, vamos entrando, vamos saindo, tomando as praças, avenidas e monumentos. Vamos abrindo alas e combatendo o tédio de um espaço que era seu, mas você esqueceu de ocupar. A cidade é nossa, vamos dar um giro.

II

O movimento BamBamBam! é um chute na porta de sua casa. É um beijo na sua família. Um leve roçar da brisa em sua existência. Não comece a rir ainda. Ponha a mão na consciência. Imagine as possibilidades. Quando você for um bambambam, vai sentir a diferença.

Vivemos dentro de caixas. Nossas cidades, cada vez mais cheias de quadrados duros e frios. Sem energia para questionar as regras, perambulamos por quarteirões edifícios mesas computadores. Nossos olhos vidrados em telas quadradas. Presos a cadeiras, sofás, assentos de carro e camas, somos guiados pelo cordão invisível do conformismo. A cidade que criamos para nós mesmo tornou-se um monstro que ameaça devorar-nos. E assim fugimos para o conforto de nossos quadrados cada vez menores, compactos, ínfimos, claustrofóbicos: nossas caixas recheadas com pequenos blocos de conforto artificial.

Mas a vida é multiforme, o mundo dá voltas. E com o planeta giram rodas dos carros velozes, frangos espetados, carrosséis com seus cavalos ficcionais da infância, os anéis de saturno, satélites, ponteiros e et ceteras ad infinitum. Não é novidade que os círculos exercem um estranho fascínio sobre a humanidade. Símbolos do progresso e da invenção, eles inspiraram gênios, engenheiros e homens de fé. A roda, por si só, evoca um senso de infinito possível apenas nas esferas etéreas da abstração meditativa. Associado também à experiência de movimento, o círculo remete aos ciclos da natureza e da mente.

O bambolê — brinquedo de crianças há muito adultas — tampouco é novidade. Depois de diversos ciclos de ascenção e queda ao longo da história, ele está de volta.

Cinquenta anos se passaram desde o desaparecimento do inocente aro colorido, e nossas praias há muito não são as mesmas: os biquínis diminuíram, e as pranchas de surf também. A idéia de liberdade que o bambolê representava perdeu o sentido para nós, que temos os sentidos entupidos de estímulos inúteis, mas a integração entre mente, corpo e ambiente nunca nos foi tão necessária. E se a tecnologia encolheu as pranchas de surf, com o bambolê o movimento foi oposto. Como o cachorro que cresceu demais para o apartamento do dono, o bambolê obriga você a sair de casa, e ocupar o espaço público tão temido e por muitos abandonado.

III

O Movimento BamBamBam! professa a liberdade urbana. Presos em carros, escritórios, apartamentos e academias de ginástica, somos paraplégicos ambientais. Na contramão da ruptura total com os vínculos ambientais (que é regra nas cidades grandes, onde todos se isolam em nichos cada vez mais microscópicos e incomunicáveis), queremos compensar o tempo perdido. O tempo de perda da movimentação em decorrência da tecnologia e o preço proibitivo de nosso estilo de vida sedentário e estressante.

O Movimento BamBamBam! prega o uso do bambolê como exercício para todos, para o corpo e para a mente. Mas, acima de tudo, acreditamos na mais lúdica reinvenção da roda como ferramenta de libertação urbana.

Saia de casa, pegue sua família, seus amigos, seu cachorro, seu mp3 player! Encontre um parque. Forme um grupo de bambambãs, ou junte-se a um. Seja feliz e sem vergonha(sic). Entre no fluxo.

7 comentários sobre “Manifesto

  1. Manu disse:

    Olá,
    Meu nome é Manuela, vi a matéria do GNT sobre bambolê e fiquei bastante interessada. Morei em Londres e várias amigas iam em aulas de bambolê.
    Sou de São Paulo. Por favor, você sabe de alguém que dê aula aqui, ou de um grupo que pratique em parques?
    Super obrigada pela ajuda.
    Abraço,
    Manuela

  2. Maria Verônica Batista disse:

    Olá, adorei seu blog, estou entusiasmada para começar a praticar o bambolÊ. Minha dificuldade é achar um bambolê de adulto aqui no Rio de Janeiro. Quero começar a me comunicar com uma comunicade que pratique o bambolê aqui no Rio. Desde menina gosto de bambolear. Acredito que achei definitivamente o que gosto de fazer como exercício físico. Quais contatos no Rio posso fazer para participar de eventos com bambolê ?

    Abraços
    Verônica – RJ

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